Se a fé move montanhas, o que estamos movendo?

Em meio a um mundo doente, onde vemos claramente manifestações satânicas na política, na cultura e no modo em que vivemos, por vezes dizemos: “vamos ter fé em Deus”, “tudo irá se resolver em nome de Jesus”, “vamos orar”, ” vamos rezar”. Ficamos presos a frases positivas, até oramos, jejuamos, nos consagramos (o que é de suma importância) porém, onde está a parte da ação? Presumo que esteja lançada ao “mar de esquecimento” visto que há uma censura digital instaurada em nossa nação, uma política de ” pão e circo” e pessoas acomodadas, não devemos negar estes fatos.
No livro “Esperança além da crise”, do autor Mark Finley, especificamente no capítulo 5 ele relata três pontos cruciais sobre a fé bem aplicada. No primeiro ponto ele diz que a fé induz as pessoas a escolhas mais assertivas no que diz respeito a própria vida e a do próximo, tornando assim a convivência mais harmoniosa, isso deriva-se de uma jornada de obediência a Deus. Já no segundo ponto, as pessoas tendem a ser mais otimistas e positivas, pois, se cremos em um Deus que é fiel e justo, nos alegramos em saber que n’Ele tudo podemos. E por último, a fé promove uma ampliação do suporte dado as pessoas, sendo assim possível transformar de maneira benéfica a sociedade como um todo. E neste terceiro ponto, abre-se um parêntese : o lado do auxiliador e o lado de quem é auxiliado. Como maneira prática de entender, darei um exemplo do programa de suporte onde sou voluntária. O fundador do projeto, numa conversa relatou que as pessoas entram como voluntárias porém, não se prontificam em visitar as pessoas adoentadas, visitas para ofertar palavras de apoio e a Palavra de Deus ou ir aos mercados montar as cestas básicas, apenas querem se autopromover em eventos e nas redes sociais. Que ato de solidariedade é esse que só deseja se vangloriar e não ajudar de coração puro as pessoas? Isto é um credo mentiroso e corrompido, esta não foi a caridade que Jesus nos ensinou. Por outro lado há pessoas que são ajudadas pelo projeto e pasmem: ao receberem uma cesta perguntam se só tem isso, como se a cesta em si fosse com poucos alimentos ou não tivesse qualidade. Quando se oferece uma vaga de emprego (nem todas as pessoas ajudadas por nós são acometidas por doença), a primeira frase que escuta-se é “Eu recebo auxílio do governo” ou “Só queria a cesta mesmo”, logo percebe-se a mentira. O pior é quando se oferta a Palavra do Senhor, é só a porta batendo na face. Então, onde se encontra o “Eu creio em Deus” que ensina que a fé é firmada nas obras?
O que vemos são pessoas acomodadas com a boa ação alheia ou benefícios do governo e rejeitando os ensinamentos de Jesus. Obviamente, devemos ser solidários aos nossos irmãos sem fazer acepção de pessoas todavia, é nítido que a corrupção não começa dos políticos, sim do próprio eleitor. A Palavra do Senhor é clara em Mateus (6:33) onde diz que primeiro devemos buscar o Reino de Deus e a sua justiça e as demais coisas nos serão acrescentadas. Pode até soar radical o que irei dizer contudo, na maioria das vezes devemos pôr em segundo plano a “pobreza carnal” e assumir que a “pobreza de espírito” é bem mais abrangente, profunda e dolorida.
Em Tiago (2: 14,26), está escrito : “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.” Nestes versículos, o Apóstolo Tiago instrui com exatidão que há uma associação evidente entre fé e obras, ou seja, união entre crença e ação. Através dela somos capazes de produzir excelentes realizações, exercitando -a em nossas vidas provocamos mudanças em nós e no próximo, é definitivamente uma realização espiritual, pessoal e social. Então por que não usar dela para um bem maior e não somente para fins pessoais? É o que nós do Cultura Brazil nos propomos a fazer, compromissados com a verdade e acima de tudo com a crença em Deus aliada a prática para um propósito maior do que nós mesmos.
A pergunta que não quer calar. Você tem compromisso com a verdade? Se tem, o que tem feito com os artigos escritos aqui? E com as entrevistas, bate papos e dicas literárias? Você tem feito uma autoanálise, permitindo-se aprofundar em conhecimento? Há um exercício genuíno da fé de sua parte? Não apenas leia, fale ou escreva, pratique-a não apenas para si, mas ampliando a sua visão e ação para a sociedade a qual vivemos, com a finalidade de obter a verdade e levá-la adiante. Afinal se a fé move montanhas, que movamos os nossos desígnios através dela.