Ideias originais são raríssimas em nossos dias, tudo que vemos são pensamentos já superados pela humanidade que resultaram, anteriormente, em grandes fracassos, se não moral, espiritual. Atualmente elas aparecem com lindos ideais de paz, pluralismo e diversidade, temas da modernidade, sendo inegavelmente atrativas ao público, porém se olharmos com atenção perceberemos que são fontes vazias.
Uma dessas ideias é expressa pela frase: todas as religiões levam à Deus. Essa frase pode ser dita como símbolo do respeito à liberdade religiosa, algo que realmente deve ser defendido, assim como deve ser combatida a intolerância religiosa. Entretanto, no nosso tempo, essa frase pode também ser o slogan de uma nova religião globalista.
O mundo se encaminha para uma economia global, uma mídia global, um sistema ecológico global, falta agora uma religião global, essa foi uma afirmação do Bispo Swing, ativista da nova ordem mundial, em 1995, relatada por Lee Penn, no seu livro, muito bem documentado, Falsa Aurora. A nova proposta não afirma que Deus está morto, como Nietzsche fez, muito menos que a religião é o ópio do povo, como disse Marx, a proposta globalista deseja usar a religião como o caldo da nova sociedade, uma ferramenta para a formação do cidadão ideal.
Essa nova religião recebe financiamentos astronômicos de instituições globalistas, possui muitos ativistas comprometidos, que transmitem uma mensagem de paz ao mesmo tempo que prestam culto a vários deuses, e ideais convincentes. Com todas essas armas, ela consegue ser uma bela fonte atraente ao mais recôndito dos homens, parecendo algo novo e lindo, porém olhando de perto é, basicamente, o sincretismo religioso voltando ao papel principal.
Nesta perspectiva, as pessoas têm cultuado uma multidão, cada vez maior, de deuses estranhos com a crença de que estão adorando a um só Deus. Xamãs indígenas, espíritos “iluminados”, esoterismo, ocultismo e teosofia têm adentrado nos corações da humanidade com a promessa de serem o caminho para o céu na terra. Você provavelmente conhece alguém que abraçou essa proposta e começou a prestar culto a outros deuses mesmo sem saber que foi induzido por essa antiga ideia.
è certo que há, nas diversas tradições religiosas, algo de bom e verdadeiro, o que O Vaticano chamou de “sementes da verdade”, na declaração Nostra Aetate sobre a Igreja e as religiões não cristãs, e isso deve ser sempre reconhecido. Porém, existem 3 coisas que diferenciam o cristianismo de qualquer outra religião: Deus encarnou-se como homem e habitou entre nós, esse Deus-homem (importante ressaltar que é único na história) morreu para redimir nossos pecados, e esse mesmo Deus-homem se ergueu dos mortos, e prometeu o mesmo para nós. Jesus é o principal e maior ponto de divergência entre o cristianismo e outras religiões, por isso é tão alterado por elas. A certeza é que Jesus sabia que nem todos iriam aceitá-lo facilmente e disse que não veio trazer paz e sim espada (Mt 10.34).
Obviamente, nesta divergência o respeito é exigido, ou seja a intolerância não deve existir, no entanto, respeitar não significa aderir, subscrever, concordar, muito menos fazer parte, respeitar é estar em discordância e, ainda assim, tratar bem, não ofender, amar. Aqui cabe outra questão, pois se amamos vamos evangelizar, uma vez que, acreditamos na vida eterna com Deus e queremos isso para nossos semelhantes, no entanto, se evangelizamos podemos ser considerados intolerantes, uma vez que o outro pode se sentir ofendido. E assim como, no ano de 362, o imperador Juliano proclamou a “tolerância “ religiosa, reabrindo todos os templos pagãos e organizando uma perseguição administrativa aos cristãos, apesar de anunciar que não queria fazer nenhum mal aos cristãos, poderemos ver o mesmo acontecer nos nosso tempo.
O fato é que a humanidade já havia superado esse desvio espiritual, sincretismo religioso era o que dominava o mundo antigo, ao ponto dos imperadores romanos se declararem deuses, e todos tinham a certeza que estavam no caminho correto até Jesus fazer uma declaração retumbante em Mateus 6.24: “ninguém pode servir a dois senhores “. Isso foi um bálsamo, fonte de água para os sedentos, a humanidade progrediu espiritualmente em direção à Deus por causa da misericórdia do Senhor em enviar o seu filho Jesus, o Cristo.
Por fim, aquele que se declara a fonte de água da vida (João 4.10) está sendo substituído por lindas promessas de diversidade, pluralidade e paz, e aquilo que sempre foi uma enorme queda, um aprofundamento no pecado, tem passado a ser considerado a salvação para o mundo caído. A multidão ainda tem sede e, assim como a mulher samaritana, procurará água nas fontes humanas, mas ao chegar descobrirá que, apesar de lindas, são fontes vazias.