Tenha filhos! Com certeza são a melhor parte da sua vida. Não estou aqui para fantasiar ou idealizar uma maternidade perfeita, afinal sabemos que perfeição não existe, e nem para induzir com minhas palavras. Mas gostaria de te mostrar o lado bom de ser mãe.
Vira e mexe observo blogueiras, mães solo, mulheres que só mostram o quão é ruim e assustador passar pela maternidade. Que, mesmo sem querer, induzem e deixam no imaginário o trabalho ardiloso e a falta de liberdade que ser mãe irá trazer. Mas não é bem assim. Claro e óbvio, que tem seus desafios, cobranças, culpas. Mas me diga, qual fase da vida não tem? Pare e pense por um instante: qual vivência sua não te custou muito, a ponto de ter que abdicar de algo para conquistá-la?
Tudo, literalmente TUDO na vida exige sacrifícios. DOAÇÃO! E não podia ser diferente ao ser mãe.
Ninguém nasce mãe, se torna. Apesar de toda mulher ter uma função antes mesmo de nascer, que é gerar e restaurar vidas, eu aos meus 20 anos, nunca quisera e nem me imaginara sendo mãe, mas fui agraciada e gerei o meu Bernardo. Aprendi a doar amor sem esperar trocas, a me sacrificar e ser o amor que ele precisava. Sim, eu fui mãe solo! Foi luta constante, meus sentimentos confusos, pouca maturidade, foram vários episódios tristes, mas também foi amor e muita felicidade no caminho a cada descoberta que ele tinha.
Questionei-me diversas vezes se deveria abortá-lo. Foi um choque imenso quando me vi diante da descoberta. Havia acabado de sair de uma recuperação de um acidente automobilístico, passando por um traumatismo craniano, eu tinha “cabeça” pra ter uma criança? Não mesmo! Mas por ironia do destino, lá estava eu, grávida de um mês quando descobri (6 semanas para ser exata). Meu primeiro pensamento foi: “tenho que abortar!”. Logo depois, comecei a imaginar: “O que meus pais vão pensar? Vão querer me matar! E meus amigos, vizinhos?” Minha mente me sabotava a cada instante. Só fazia chorar!
Verifiquei o valor, o espanto foi ainda maior, se quisesse ter um aborto seguro teria que pagar aquele grande valor. Pensei em medicamentos, chás abortivos, opções mais baratas. Mas foi aí que me veio a lucidez no meio de tanta confusão de pensamentos: “você vai assassinar seu filho?! Sangue do seu sangue? Ele será seu grande valor, sua riqueza!”
Em um aborto existem consequências psicológicas, e têm sido consideravelmente negligenciadas. Eu não estava disposta a vivenciar esse terror, mas isso deixo para outro texto.
Na minha segunda maternidade, também há cansaço, exaustão, privação de sono, rotina desajustada, mas também existe amor, pequenos milagres, trocas, sorrisos. Já falei amor? Ter filhos é ter a dádiva da geração, do germinar, a continuidade da sua vida e seus conhecimentos sendo passados. Ademais, tem seu crescimento, amadurecimento, o entendimento do real motivo do seu propósito na Terra.
Vamos virando leoa, bicho, entendendo e ressignificando a vida a todo segundo.
Uma bênção sem precedentes! Uma transformação que só as mulheres vivem e somente quando se tornam mães. E com o passar do tempo, nos damos conta do quão somos privilegiadas, por esta capacidade de gerar uma vida e conhecer esse amor sem limites.
Obrigada meus filhos por me tornarem quem sou hoje!