Um homem ascende e vira latifundiário. Busca por um herdeiro, casa-se e sucumbe ao ciúme; sua esposa comete suicídio; inicia-se uma crise econômica e existencial.
O livro inicia-se com Paulo Honório aos 50 anos querendo contar sua história. Por ser ignorante, seleciona algumas pessoas para a tarefa. Mas não gosta do resultado e muda de ideia. Decide ele mesmo escrever.
Conta sobre sua infância humilde e de como trabalhou desde muito novo. Vai mostrando sua ascensão econômica e declinação moral.
Se estabelece como um grande proprietário rural e decide se casar para ter um herdeiro. Encontra uma pretendente chamada Madalena e propõe o casamento como um negócio. Ela vê vantagem e aceita.
A partir daí, a diferença entre os personagens cria uma crise profunda em/entre Paulo Honório e sua esposa. Ele passa a sofrer de um ciúme doentio que se auto alimenta com a distância entre o casal.
Seu ciúme o faz intercalar entre desejos de assassinato, culpa e vergonha por desconfiar de sua esposa. Essa espiral de sentimentos chega em seu auge quando descobre ao acaso uma folha de papel escrita por sua esposa. Vai até a igreja onde ela está e a questiona: Para quem era a carta? Começa a interroga-la e percebe-se a evasão, tranquilidade e depois devaneios de sua esposa. Horas se passam e ela enfim solta algumas palavras honestas sobre o que sente: O que estragou tudo foi esse ciúme, Paulo. *(Muitas vezes por falta de um grito se perde uma boiada).* O orgulho de Paulo o impede de tecer palavras de arrependimento. Após alguma digressão, Madalena se despede pela última vez, sem que Paulo suspeite: “Adeus, Paulo. Vou descansar.”
A noite passa e quando Paulo entra em casa, ouve gritos horríveis. Ao chegar no local, sua esposa está morta. Ela havia cometido suicídio com veneno. Nesse momento, o coitado espera um milagre e repete sempre: “A Deus nada é impossível.”
Após esse primeiro golpe e enquanto ainda estava aturdido, decorreu a Revolução de 1930. Uma época que afetou profundamente o Brasil com mudanças econômicas e sociais que atingiram diretamente a economia de Paulo Honório.
Foi nesse momento, sem a esposa, com fim trágico, vendo sua propriedade ruir, sua riqueza demolir que Paulo decide que sua história seja contada. E justamente ao optar por escrevê-la, torna-se o autor que sintetiza e analisa sua própria história, criando uma autoconsciência inexistente até então. No fim percebe a própria ignorância e miséria na alma; a superficialidade e rudeza nas relações; a incapacidade de mudar como ser humano; a falta de propósito na vida; a própria feiura, em sua análise: “Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes.”