Desejo vermelho escarlate

Várias fotos “modelando”, fotos sensuais, fotos ostentando até mesmo o que não se tem, um toque com edições ou filtro do instagram, torcendo para ser o escolhido ou a aprovada, uma deslizada para o lado e vejam só: gira-se o prato de cardápio humano. Embora não seja o melhor local, muitos estão ali em busca de algo sério e duradouro, até mesmo casamento (sim, há exceções), mas o que eles não sabem é que estão sendo vistos pela maioria esmagadora das pessoas que utilizam sites de relacionamento como pedaços de carne no açougue, como cardápio de um aplicativo de comida rápida, em que se escolhe o prato mais bem apresentado e barato, como uma vitrine onde leva-se o produto mais bonito e acessível.
Entregam-se ao “sexo delivery”, um clique na tela para chamar um motorista por aplicativo, fala-se em facilitar a logística (como se a mulher escolhida fosse um objeto a ser transportado) e o cardápio selecionado deve chegar rápido, delicioso e quente. Sem o mínimo de esforço possível da parte masculina que não se importa com a segurança da mulher, que por sua vez coloca-se sem valor. Todavia, para o homem preço ela teve, levando-se em consideração o dinheiro gasto naquela noite com uma desconhecida (isso quando eles pagam ao menos o deslocamento). Tanto homens quanto mulheres vivem hoje na era da promiscuidade, ela sempre existiu porém, nos dias atuais se apresenta de maneira explícita com o uso de aplicativos de relacionamento para prazeres instantâneos de ambas as partes, com a libertinagem sexual das mulheres que influenciam os homens a tratarem elas como meros objetos e pela raiz de tudo isso que é o descaso com a prática da castidade, uma das virtudes instruídas por Deus. Buscam apenas saciar-se com momentos aprazíveis, usando pessoas e sendo usadas. Vive-se a era das relações líquidas, relações que escorrem entre os dedos, busca-se apenas por deleite de forma incessante, não constroem mais relações sólidas e genuínas, os relacionamentos não são feitos para durar.
Estão ali por conta da facilidade em obter o que almejam, submersos na cultura do imediatismo, querem tudo agora e para já, sem profundidade, sem preocupar- se com o outro, o egoísmo toma a cena e não existe afeição ao próximo. Ignoram o fato de que relações casuais são um fator de risco para ambos os sexos, riscos estes que vão desde o corpo físico (IST’s, gravidez indesejada, aborto), aos psicológicos (ansiedade, depressão, baixa autoestima) e aos espirituais (não praticando a castidade, praticando o pecado da luxúria, prostituição).
Lucas Scudeler (mentor de relacionamentos, teólogo, filósofo, psicanalista e escritor), aborda em suas mentorias que a neurociência explica a diferença entre homens e mulheres no campo sexual e emocional: o homem separa com mais facilidade o sexo do sentimento pois, durante o ato sexual o homem libera dopamina (hormônio da motivação, prazer e recompensa) em maior quantidade, então logo após o ato, se não houver qualquer ligação emocional com a parceira, tudo que ele quer é sair imediatamente da presença dela porque ele buscou e alcançou a recompensa. Já a mulher não tem esta facilidade, isto porque durante o ato sexual, ela libera em maior quantidade a ocitocina (hormônio da ligação emocional), visto que ela deseja estar sempre próxima ao parceiro após o ato, almejando afeto da parte dele, ou seja, ela se apaixona com maior facilidade.
Conclui-se que uma relação casual é muito mais maléfica para a mulher do que para o homem, e não adianta você mulher dizer estar feliz depois daqueles míseros momentos prazerozos, uma hora a conta chega, escrevo com propriedade pois, já utilizei aplicativos de relacionamento. Nos sentimos usadas, desonradas, mesmo com consentimento para o ato, nos sentimos sujas porque no fundo só queremos ser cuidadas e protegidas. E ainda assim, muitas insistem em sustentar a ideia de desapegadas, não adianta, a verdade sempre prevalecerá, seu travesseiro abriga as tuas lágrimas. Deus sabe que lá no fundo você só quer ser amada e não descartada como objeto ou resto de comida no lixo. E mesmo sendo menos maléfico para o homem em alguns pontos, lá no fundo da alma, você homem almeja ter alguém não apenas para um breve prazer, mas que te acolha com amor e cuidado singular após um dia cansativo de trabalho.
O melhor caminho para ambos é praticar a castidade, é um caminho difícil todavia, não é impossível e consecutivamente estarão trilhando um caminho de santidade e intimidade com o Criador. Em I Coríntios (6: 18-19) a Palavra de Deus nos diz que devemos fugir da prostituição pois, estamos pecando contra o nosso próprio corpo, visto que nosso corpo é Templo do Espírito Santo que habita em nós. Então, trabalhar as virtudes, canalizar a energia sexual para desenvolver sua criatividade no trabalho, na área de artes, em atividades físicas e esportes contribui muito. Praticar a castidade é um ato de amor a Deus, de cuidado com você e com o próximo, é consagrar ao Senhor a capacidade de desejar e amar, guardando seus desejos para aquele (a) que terá o compromisso de se tornar uma só carne com você.