Adoção: uma contracultura

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No livro Contracultura, o escritor norte-americano David Platt contou que, após 5 anos tentando engravidar e sem obter a concepção, ele e sua esposa Heather começaram a cogitar a ideia da adoção. Ele descreveu o seguinte:

“Mês após mês, durante cinco anos, tínhamos orado, almejado e tentado engravidar, mas Deus ainda não nos havia abençoado conforme esperávamos. Sem saber se um dia poderíamos ter filhos, optamos finalmente pela adoção. ‘Creio que é a segunda melhor opção’, dissemos um ao outro. ‘Já que não podemos ter filhos biológicos, podemos pelo menos adotar.’

Não demorou muito para que compreendêssemos que a adoção era tão ‘boa’ quanto a outra. Deus usou a infertilidade para abrir nossos olhos para a crise em relação aos órfãos no mundo inteiro. E é, de fato, uma crise. Cerca de 153 milhões de crianças são órfãs.”

Além da experiência do escritor, podemos destacar os “órfãos sociais”, ou seja, os filhos de pais vivos. Em alguns casos, as mães precisam ajuizar uma ação de regulamentação de visitas para que o filho tenha um mínimo de convivência com o pai.

“Aprendemos bem depressa que é mais fácil esquecer dos órfãos quando não vemos o rosto deles” (David Platt).

David Platt e Heather adotaram um menino do Cazaquistão, o Caleb. Após duas semanas, eles engravidaram.

Com o coração ardendo, eles se inscreveram para a fila de adoção na China também. Na porta de um orfanato, uma menina foi deixada em uma caixinhinha marrom. Ela recebeu o nome de Mara Rute, porque após uma série de tragédias, encontrou um lindo recomeço. Depois de um tempo, Heather engravidou novamente.

Somente um coração generoso consegue entender a dimensão desse ato. A primeira menção da palavra “compaixão” na Bíblia é justamente com adoção, quando a filha de Faraó viu Moisés na beira do rio, e decidiu criá-lo como seu filho. Moisés é um caso de Multiparentalidade, pois teve duas mães (a biológica e a adotiva) participando de sua criação.

Felizes são as crianças e os adolescentes que encontram um vínculo familiar formado pelo amor.

A Adoção não gera filhos “postiços”, ela gera descendentes pela socioafetividade.
Esse tema ainda é alvo de muito preconceito, estigma, e esquecimento social, infelizmente. Mas, nunca é tarde para trazer à baila uma contracultura, que luta contra o abandono familiar.

Na legislação pátria, o Sistema Nacional de Adoção permite que adotantes façam o próprio cadastro, e depois procure a Vara da Infância para dar continuidade ao processo de habilitação no Sistema. Tal iniciativa almeja mitigar a burocracia e estimular que mais famílias ou adotantes estejam em condições de adotar.

Além disso, os prazos do Estatuto da Criança e do Adolescente pretendem sempre resguardar o menor, com fito de que ele não fique à deriva, sujeito à devoluções como se fosse um produto.

Certa feita, perguntei a uma Coordenadora de um lar de adotandos sobre o que eu poderia fazer de mais urgente para ajudá-los. Prontamente ela me respondeu que divulgar a adoção era o mais urgente.

Ajude-os, promova a adoção, pesquise sobre o Sistema Nacional de Adoção, e quem sabe você não pode ser um adotante em potencial? Além disso, doações aos lares são bem-vindas.

Quem olha para um órfão é sem dúvida alguém movido pelo amor. Portanto, amem.

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