Sobre Drogas e Família – Álvaro Mendes

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Álvaro Mendes, Membro do Centro Dom Bosco, Doutor em Economia pela UFMG e Autor do livro Maconha S.A.

1. Diversas mães e famílias estão destruídas porque os filhos entraram no mundo das drogas. Qual a consequência direta do uso de substâncias como essas para o indivíduo?

As drogas são extremamente prejudiciais e diminuem a expectativa de vida das pessoas. O que diferencia cada uma delas é o tipo de dano pela qual são mais conhecidas. Em um extremo encontra-se o crack, uma droga devastadora e que resulta em uma rápida deterioração da saúde do indivíduo. No outro, podemos destacar o tabaco. Apesar de ser uma substância cujo consumo não impacta a rotina diária, o fumo recorrente resulta no aumento das chances de desenvolvimento de câncer nas áreas do corpo em contato com a fumaça, como os pulmões, por exemplo.

2. É possível levar uma vida normal, enquanto faz uso de substâncias como a maconha?

Não. O uso recorrente de maconha impacta de diversas formas a saúde mental do usuário. É como se a sua mente passasse a trabalhar com uma capacidade abaixo do normal por toda a sua semana, dificultando atividades como o aprendizado e a retenção do conhecimento. O fumante recorrente de maconha apresenta menos pontos de QI, um menor desempenho em todas as principais funções cerebrais, além de mais chances de desenvolver quadros de depressão e esquizofrenia. Pode desenvolver quadros de dependência, apresenta mais riscos de bater de carro no trânsito e até certos tipos de câncer no longo prazo.

3. Como um cristão pode lidar com esse momento que o Brasil vive?

Um cristão deve priorizar a identificação de um núcleo de cristãos praticantes em sua cidade e se inserir nesta comunidade particular. É preciso buscar um ambiente sadio que favoreça a prática das virtudes, o acesso aos sacramentos e que proteja as crianças de más amizades e professores revolucionários.

4. Qual recado você daria para auxiliar famílias e pessoas que destruíram suas vidas pelo uso de drogas? Existe alguma saída?

A prevenção é sempre o caminho mais fácil, por isso disse sobre a necessidade de inserção em ambientes sadios. Uma vez que um usuário se tornou dependente é preciso levantar barreiras contra o consumo das drogas, que pode vir de ajuda médica, grupos anônimos e clínicas de reabilitação. Em paralelo ao suporte no âmbito da saúde, o indivíduo que sofre com a dependência precisa buscar uma vida na graça, com frequência aos sacramentos.

5. Como uma família pode proteger os filhos em meio a tudo isso?

O consumo de drogas está muito associado com a pressão social. O adolescente é iniciado neste mundo a partir de colegas de classe ou vizinhos que são usuários. Por isso, os pais precisam matricular os seus filhos em colégios que são verdadeiramente católicos. Acontece que isto tem sido um grande desafio, porque em um Ocidente destruído, tais escolas se tornaram raras. A resposta dos pais conscientes tem variado desde a mudança para uma cidade com um bom colégio até o recurso ao homeschooling. São ações que valem a pena, quando o que está em jogo é justamente a alma dos nossos filhos. Felizmente, na esteira do ressurgimento de famílias tradicionais, muitas escolas boas estão sendo fundadas em todo o Brasil. E se a família e a escola são católicas, o filho crescerá em virtudes e será capaz de dizer não as drogas. É o que espero que aconteça cada vez mais em nossa nação!

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