Um dia, em uma casa de campo, uma família se preparava para o jantar. Estavam presentes uma mulher, o esposo, a filha do casal e o namorado desta. Juntos, eles conversavam, riam e se divertiam. Mãe e filha estavam na cozinha preparando a comida, enquanto os rapazes terminavam de pôr a mesa. O mais jovem deles começou a contar a história de um gato que estava todo torto, com um olhar estranho e ninguém sabia o que havia ocorrido com o bicho. Nesse momento, a garota, que estava na cozinha fazendo ovos mexidos, gritou:
– Isso aí é AVC de gato.
As pessoas presentes na ocasião começaram a rir e achar loucura o que ela havia dito. Então, a mãe perguntou:
– Que loucura é essa, Josefa?! Onde já se viu AVC de gato?
O patriarca da família nada dizia, apenas sorria e pensava em como era bom ter uma família como aquela. Enfim valera à pena. Seu esforço constante durante a semana para sustentar e proteger aquelas mulheres dóceis tinha surtido efeito. Elas estavam felizes e tranquilas, mesmo com os problemas e confusões do mundo.
A conversa do AVC de gato continuava. O namorado ria e achava graça das espontaneidades da amada. Contudo, surgiu uma dúvida entre eles: será que AVC de gato existe mesmo? A família jantou rapidamente e eles rumaram para a biblioteca, a fim de pesquisar e ver se a proposta da jovem era válida. Chegando lá, buscaram as enciclopédias que tratavam do assunto Acidente Vascular Cerebral. Depois de mais de uma hora pesquisando, o jovem, de nome Gustavo, exclamou:
-Eureka! Não é que o AVC de gato existe mesmo?! Vejam só!
A enciclopédia foi passada de mão em mão e a partir daquele noite a família descobrira que os animais também podiam ter AVC. Todos ficaram impressionados com isso, mas Gustavo principalmente. O rapaz era fascinado por filosofia, já havia lido e refletido Meditações de Marco Aurélio sete vezes. Então, ele começou a pensar que muitas vezes ouvia algo e julgava loucura, mas ao buscar compreender antes de rebater, vislumbrava que não era tão loucura assim.

Homem e mulher os criou
Chega a ser irônico que, no século em que os cientistas e professores reconhecem a importância da multidisciplinaridade, os defensores da ideologia de gênero ignorem,